Violins – Acústico Saraiva

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Fonte: hominiscanidae.org

O primeiro CD, Wake Up and Dream, foi totalmente cantado em inglês, exibindo influências de gente como Radiohead, Muse e Sunny Day Real Estate.

Aurora Prisma, o segundo álbum, radicalizou na mudança. Saia de cena o inglês e o barulho dando lugar a língua pátria acompanhada de melodias leves. No entanto, apesar da coragem da banda em mudar de rumo, o som que parecia buscar inspiração em Coldplay e no lado suave do Radiohead lembrava muito Clube da Esquina no resultado final. Nada contra, mas mesmo em baladas rock é preciso ter culhão para se fazer as coisas valerem a pena. Tem que se mostrar “a” alma. A título de exemplo, é isso que diferencia The Killing Moon de In My Place: alma. Novamente não dei atenção ao Violins.

Grandes Infiéis, o terceiro álbum da banda, lançado novamente pela Monstro Discos, no entanto, clama por atenção. Uma audição das doze faixas já deixa o ouvinte confuso, seja ele fã da banda ou alguém que não dava a mínima atenção ao quinteto. O Violins novamente muda de rumo e preenche o CD com doses violentas de guitarradas, bateria pesada marcando o ritmo e fazendo variações, baixo forte e, sobre tudo isso, o bom vocal de Beto Cupertino desfilando as melhores letras do rock nacional em muito, muito tempo.

“É HORA DE DORMIR, CADA UM CUIDE DE SI”
A banda Violins, de Goiânia, anunciou seu fim recentemente. Após cinco lançamentos e um séqüito de fãs que talvez não seja tão numeroso, mas que acompanhou uma banda fora dos padrões do rock nacional, com letras acima da média e arranjos que fugiam da mesmice das bandas que tanto conhecemos.
Em 2001, ainda sob alcunha de Violins and Old Books, lançaram o EP “Wake Up and Dream”, com boas composições em inglês. Dois anos depois, já na língua pátria, veio à tona “Aurora Prisma” (primeiro dos quatro cds pela Monstro Discos), já com melodias que chamavam atenção e arranjos rebuscados.
Mas foi nos álbuns seguintes, que a banda realmente deixou sua marca, por mais que poucos dêem conta disso.
“Grandes Infiéis” sobe a outro patamar, com um rock mais direto sem soar óbvio (linha tênue), com melodias mais pesadas (contra um clima mais ameno do cd anterior).
A primeira faixa “Hans” já anuncia o peso das guitarras e empolga do início ao fim.
“O que me mantém / é o contato com o inferno / Que detém todo meu sentimento / é só um direito que eu tenho”, não é UDR, é o início de “il Maledito” e o nível não cai, o cd é uma sequência avassaladora de grandes canções, você mal respira.
“Glória” é de arrepiar. “Atriz” talvez seja a melhor música que escutei naquele ano. “Ensaio sobre Poligamia” é uma canção em prol da canalhice “Nós só viemos pra nos divertir / Deus, eu quis ser fiel a você! / Mas eu tenho tantos corações / Eu tenho tantos corações”. E o álbum continua encantando, sem cair nas facilidades do pop, sem soar direto e óbvio, enaltecendo nossos ouvidos. E isso vai até o final, na maravilhosa “Ok Ok”.

Em 2007, “Tribunal Surdo” chega ofendendo e cuspindo, tudo é distorcido, o disco transborda uma acidez, um cinismo e uma urgência que eu só vi nos primeiros discos do punk ou mesmo do grunge, mas as analogias param por aqui. Este trabalho é o mais barulhento e difícil, exatamente por ser ofensivo.
A primeira faixa, “Deliquentes Belos”, já entrega: “Nós somos delinquentes belos em mundos possíveis / Nós somos imperadores sérios em quartos de hospício / Nós somos assassinos ébrios em frente aos seus filhos”.
“O Anti Herói” sobe o nível: “E de repente eu pensei que puta morte bela se eu morrer / Pra defender os bens que eu comprei a prazo e a prestação / E fingir que é teu meu coração, fingir morrer por nós / Mas não, eu mato o ladrão / E agora você me tem devoção / A mim, um lambedor de chão / Que nem sei beber, sem te meter a mão”. Desafio uma banda a fazer um refrão tão contundente e acachapante.
“Campeão Mundial de Bater Carteira” e “Grupo de Extermínio de Aberrações” são dois petardos que escancaram duas realidades da nossa sociedade, uma nítida e outra, velada (de uma minoria).
“Missão de Paz na áfrica” estaria bem representada no cd anterior, onde uma pessoa deseja o bem para a próxima, mas ao mesmo comete um “mal”, em uma das passagens mais engraçadas, onde o elaborado e o pueril se encontram e me larga um sorriso no rosto sempre que escuto: “Quando o navio partiu te levando pro mar / Eu quis chorar de emoção / Eu quis até te avisar / Que eu amei sua irmã no bando do meu Passat.Outro destaque é “Piloto Russo na Aldeia Suskir”, que demonstra como uma sociedade pode julgar e reduzir uma pessoa ou grupo ao nada, como ao mesmo tempo pode elevá-la a uma condição de Deus. “Eu sou piloto da força aérea russa / Eu cai aqui abatido no céu azul / Mas eu não vim do céu / Isso é um pára-quedas não é um manto hindu / Eu cai aqui abatido por caças turcos / Mas eu não vim do céu”. Mesmo focando as letras, as melodias não deixam a desejar (pelo contrário), servem perfeitamente como trilha para cada história, o auge dessa sincronia está na última faixa, “Manicômio”, que é um primor.

Em 2008, a banda solta “A Redenção dos Corpos”, um trabalho ligeiramente inferior aos dois anteriores, mas mesmo assim de qualidade indiscutível. Obra que é dividida em uma primeira parte, mais calma e sutil e em uma segunda, mais pesada, com guitarras.
“A Busca” tem um pé no trip-hop com um refrão mais britpop flertando com a turma “coxinha/new acoustic” de Coldplay, Travis e seus asseclas. A letra fala de uma pessoa procurando sua cara-metade, da pior estirpe possível, assim como ela. Bem Violins.
“Exemplar do Fundo do Poço” começa com violão com um timbre bonito, que dói. A balada prossegue, uma continuação da música anterior, com a pessoa encontrando quem queria, cada uma repleta de seus pecados e termina singela: “Você é um exemplar do fundo do poço / mas eu amo o mal”.
As críticas prosseguem, contra as Igrejas em “Guerra Santa” (“Quanta concorrência / Por um nome / Tantos porta-vozes sob véus / Em conflitos por um deus / Em conflitos / Que não honram o seu nome”) e “Padre Pedófilo” (“Somos morais / Nós somos os tais / Homens de Deus / Que têm segredos tão escondidos / Tudo que é vil pra chocar vocês”).
“Corpo e Só” é singela, até demais. “Manobrista de Homens” encerra de forma digna a primeira parte.
Na segunda parte, ótimas canções também se apresentam, mas eu termino minha análise já na faixa nove (das 14), pois ela é o epílogo da banda.A “Festa Universal da Queda” é uma das melhores músicas da banda e tem um refrão, que de uma forma incrível, até resume o seu final, consumado meses depois do lançamento do cd:
“O apelo de um timbre rouco ninguém se atentou e ouviu / Nós fomos um projeto torto que não deu certo e ruiu / é hora de dormir / Cada um cuide de si”.
Clamo os mais insensíveis a escutá-la sem se emocionar. Se você está entre eles, está perdendo a grande essência das nossas vidas, que fomenta atos belos e terríveis, atos que o Violins soube descrever como poucos.

E finalmente, em 2010, “Greve das Navalhas”, marcando o retorno do Violins.

Após o lançamento desse último trabalho dos goianos, fora anunciada a saída do baterista Pierre Alcanfôr e em seu lugar fora posto Fred Valle (Ex-Vicios Da Era/The Rocktunes). As expecativas para um novo CD indicam tudo para março de 2011.

por Marcelo Costa (www.screamyell.com.br)

Site oficial: www.violins.com.br

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