Supercordas – A Mágica Deriva dos Elefantes

Cá pensamos estar, quase seis anos após o lançamento de nosso primeiro álbum enquanto banda: Seres verdes ao redor: música para samambaias, animais rastejantes e anfíbios marcianos. Parecia razoável, quase natural, que a experiência seguinte trilhasse caminhos diversos, por vezes mesmo opostos. Onde o primeiro fosse pastoril, o segundo seria urbano; onde verde, caleidoscópio e onde brisa, tempestade. A diversidade e suas contradições eram então o tema ideal a ser tratado por aquelas novas canções, quando as vinhas do discurso ambientalista e auto-sustentável apenas começavam a ser engolidas por aqueles que, a princípio, o mesmo discurso julgava combater. Ou talvez tudo já estivesse corrompido desde o início. Já não importa tanto. Em nosso planeta – misto de ímã e sonho – o que vigora é a Deriva. Deriva continental, deriva humana, deriva das ideias. Deriva dos músicos, vagando de plano em plano na remota busca por uma obra que se diga feita. “Por que tanto tempo entre um disco e outro? O que aconteceu?” – durante anos nos angustiaram tais perguntas, mas agora descansamos ao doce som da resposta: o que aconteceu foi a vida. Não toda ela, obviamente, mas fato é que, dentre outras epopeias, desbravamos o país com nossas canções por um tempo; estivemos de posse de um estúdio de ensaio e gravação durante o ano de 2009 – o Musgo, onde boa parte do disco foi gravada –; difundimos algumas doces aventuras individuais: ,mas qual? de Digital Ameríndio e Um futuro inteiro, de Bonifrate; nos apaixonamos e tivemos nossos corações partidos; finalmente, entramos e saímos e voltamos a entrar no processo de gravação deste novo LP conforme hipóteses foram sendo testadas e experimentadas. Com vocês, A mágica deriva dos elefantes.