2021
A caneta começa a querer seguir por uma linha de romantização de uma labuta difícil: a da supostamente ingênua ideia de se lutar por fazer música na Bahia sem abrir concessões a um mercado local que privilegia poucos com o sucesso comercial e alimenta massas de ignorantes coprófagos que aceitam passivamente o que se aprendeu a chamar de música na Bahia condenada à felicidade. Mas nesta análise é melhor se manter pragmático e não se render a uma falsa retórica que se apoia em termos de um lugar comum tais quais “resistência”, “resiliência” ou “fazer artístico”. A parada aqui é outra. A parada aqui tem a ver com sobreviver, mesmo! Tem a ver com se ter uma voz, um talento para a composição e um apurado olhar crítico da sociedade. Tem a ver com buscar meios de se expressar e de pensar comercialmente e, ao mesmo tempo, se sentir fiel aos seus próprios princípios. A não trair seus ideais. E, friso, não romantizar labutas, suor e corres diários em busca de tornar palpáveis peças artísticas. No seu trabalho como músico, Sergio Franco Filho conhece bem essa decisão. Ao trabalhar na criação e lançar “Senderos”, sua primeira pancada solo de punk rock, o cantor e compositor conhecido no meio musical de Salvador não somente por sua ex-banda, o Automata, mas como produtor do selo Torto Fono Gramas, fiel ao punk rock há 25 anos, sabia desde o principio quais seriam os desafios no sentido de materializar este projeto… Continue Lendo no Scream Yell
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