Wagner Almeida & Sentidor – Fenda/Norte/Casa
Lançamento
2021
2016
““Memoro Fantomo_Rio Preto” é um disco duplo sobre a queda num abismo e os momentos antes dela. Um diário sensorial sobre a depressão e um estudo artístico sobre a mente e as memórias. Compor essas músicas foi a minha forma de dar sentido a um período de perigosa dessignificação na minha vida. Elas funcionam como a trilha de migalhas de pão no meio do caos; são uma linha de acesso aos porquês e aos prelúdios que apenas agora consigo começar a compreender e acessar. Trilhando de alguma forma o mesmo caminho começado em “Dilúvio”, Memoro Fantomo – Memória Fantasma, em esperanto – é uma viagem a memórias não resolvidas. Cada uma das oito faixas representa de alguma forma uma dessas memórias que me acompanharam à força durante o processo de feitura dessa parte do álbum: Os meses de novembro e dezembro de 2015, e janeiro de 2016. As faixas são explorações sensoriais dessas lembranças, e funcionaram como tentativas de lidar com elas: durante esses meses, eu costumava voltar pra casa de madrugada, sem conseguir dormir; eu então pegava meu computador e compunha as paisagens sonoras até que as memórias se tornassem menos incômodas. Por isso o disco tem o tom tão ambiente e denso; antes de funcionarem como arte, “Memoro Fantomo” serviu pra mim como terapia emergencial. Na versão final do álbum, cada faixa é acompanhada por uma foto – com excessão de Dezembro, que vem acompanhada de um cena do filme “Walden”, de Jonas Mekas – e uma série de anotações. Todos os três conteúdos atuam da mesma forma, como abordagens, desabafos e reflexões a respeito das memórias fantasmas. “Rio Preto” por sua vez é um retrato – também abstrato e sensorial – da minha última crise depressiva, que teve início no fim de Maio de 2016. Ela se desencadeou poucos dias depois do meu retorno de uma viagem realizada à Reserva Estadual do Rio Preto, que fica próxima à cidade de São Gonçalo do Rio Preto. Durante os três dias que passei lá, visitando cachoeiras e sítios de pinturas rupestres, participando de um documentário como captador de som direto, as memórias fantasmas se tornaram mais intensas e se transformaram num curioso êxtase que durou quase os três dias. “Rio Preto” foi inteiramente composto no meu quarto, durante a crise de depressão, numa espécie de retrabalho das experiências vividas no Rio Preto. Cada uma das cinco faixas é também acompanhada de uma foto, todas elas tiradas no Rio Preto. As duas metades do disco são trechos de uma mesma crescente psicológica. As memórias fantasmas são a expressão de uma série de dilemas e questões envolvendo o tempo, a memória, o luto e a separação, questões que acabaram por desencadear o processo com o qual tenho lidado nos últimos meses, desde o retorno da viagem ao Rio Preto. São objetos de extremo valor emocional, e são músicas muito pessoais. Compartilho tudo isso em forma de um disco instrumental na esperança que possa tocar alguém, e que possa ajudar da mesma forma que me ajudou. Sem ter de se preocupar com as palavras, o corpo às vezes encontra outras formas de dizer o que precisa. É nisso que se resume esse disco: uma entrega radical de intimidade, a quem quiser tentar ouvir. Espero que a experiência seja rica.”
Fonte: hominiscanidae.org

2021

2017

2017

2017





Lançamento
2025

Lançamento
2008

Lançamento
2022

Lançamento
2021

Lançamento
2019

Lançamento
1965

Lançamento
1968

Lançamento
2017

Lançamento
1971

Lançamento
2017

Lançamento
2019

Lançamento
2025

Lançamento
2024

Lançamento
2025

Lançamento
2024

Lançamento
1974







