
2023
A invenção das coisas que já existem parece ser, por si só, um ato de subversão: em uma sociedade extremamente imediatista e narcisista, estamos sempre em busca do novo e não ter visto aquilo que todo mundo viu nos transforma imediatamente em seres estranhos, a lógica das redes sociais determinando a vida real. Isto retoma a teoria do tropicalista Tom Zé, que vaticinava o fim da era do compositor quando lançou “Com Defeito de Fabricação” (Luaka Bop, 1998): segundo o baiano, tudo o que havia para ser inventado em música já havia sido feito e estaríamos vivendo a era do plagiocombinador. O maranhense Rafa Noleto, sediado em Pelotas/RS, onde dá aulas na Universidade Federal, antropólogo de formação, cantor e compositor, nesta ordem, por vocação, tem a exata noção dessa reinvenção. “Cantositor” (Vitrola Play, 2023), título de seu álbum solo de estreia, que acaba de chegar às plataformas de streaming, brinca com isto. Ele é um cantor que compõe, não um compositor que canta, como é mais costumeiro. A ideia de invenção, em Rafa Noleto, se inspira no antropólogo inglês Roy Wagner (1938-2018), autor de “A Invenção da Cultura”, conceito aprofundado na faixa-título do trabalho, que encerra o álbum, com uma máquina de escrever percutida enquanto o personagem da letra redige o verbete-chave do disco. Um dos destaques do disco é “Musa”, homenagem do maranhense a Gal Costa (1945-2022), sua maior influência, artista determinante em sua trajetória, seja nos estudos acadêmicos sobre gênero e sexualidade, seja no fazer musical: foi após ouvir a baiana que aquele menino gay na década de 1980 decidiu ser cantor… Continue Lendo no Farofafá
Fonte: hominiscanidae.org





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