2020
A vida não é doce, mas tem seus momentos menos amargos. É partindo dessa linha de pensamento, que a cantora e compositora amazonense Olívia de Amores entrega ao público o primeiro álbum em carreira solo, Não É Doce (2020, Independente). Concebido a partir de desilusões amorosas, memórias afetivas e instantes de profunda entrega sentimental, o registro produzido em parceria com Bruno Prestes, encontra na delicadeza dos versos um contraponto à visceralidade dos arranjos. Canções que partem de vivências reais como forma de dialogar com o ouvinte, convidado a se perder pelo território particular da artista manauara.Obra de sentimentos, Não É Doce diz a que veio logo no primeiros minutos, em La Cancionera. “Pra me ver te buscar a qualquer custo / Não, não era justo, não / Agora você vai e faz o que quiser / Com outra mulher“, canta enquanto guitarras fortes se espalham em meio a ambientações latinas e flertes com o rock dos anos 1970. Um misto de passado e presente, estrutura que orienta a experiência do público até a faixa de encerramento, a extensa Brado Apocalíptico. São pouco mais de sete minutos em que a cantora preserva o lirismo confessional do restante do álbum, porém, se entrega ao uso de temas psicodélicos, lembrando as paisagens instrumentais de nomes como Queens of The Stone Age. Incontáveis blocos de ruídos que se entrelaçam em uma medida própria de tempo, sem pressa, como se a artista saboreasse cada nota compartilhada com o ouvinte… Continue Lendo
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