2015
O Mocho Diablo é a reminiscência do saudoso Flaming Moe (SP – 2001/2011) e carrega o peso do stoner característico que os amigos Guilherme Klaussner (vocal), Maurício Peruche (guitarra) e Thiago Pinho (bateria) faziam nos anos 2000. Hoje com theremin, Murilo Silva (também da banda EDC) marcando o baixo e altas cargas de grunge nos vocais, o Mocho Diablo lança o segundo álbum cheio, Monochrome.O quarteto foi formado em 2011 e é afeito ao rock visceral. Entregue ao tudo-ou-nada desde os primeiros acordes juntos, os integrantes entenderam que este era o ingrediente da liga que os levaria adiante com o Mocho Diablo.Um dos grandes desafios da música tem sido transportar para a gravação o espírito genuíno das bandas originadas na garagem. Passar isso para a gravação, em estúdio, sempre foi uma busca incessante, por mais simples que possa ser. Captar a essência do som de Monochrome foi a mais tradicional possível: amplificadores microfonados, muito fuzz timbrando baixo e guitarra, e os vocais passionais de Klaussner – já tão característicos – ganharam certa ambiência e alguns efeitos.O primeiro single “Sink the Black Swan” capta bem o todo e o individual, algo importante na pegada da banda e que pesa na balança. O culto excessivo à guitarra e ao virtuosismo egocêntrico é deixado de lado para explorar fases do rock’n’roll ‘adolescente’ dos 1960, adicionado ao apreço pela era setentista que os integrantes carregam na bagagem. Mas,no fim do dia, é o peso dos 1990 que predomina.“As composições são 99% originadas, elaboradas e terminadas em ritmo de ensaio, com todos, ao mesmo tempo, arrancando a complexidade da virtuose e da doutrina musical e agregando boa dose do que é sentido ne momento”, conta o vocalista Gui Klaussner. “Esse método joga a ênfase nos riffs, que são altos e pesados, não importando se conduzidos pela guitarra ou pelo baixo. Tudo bem amarrado por uma linha melódica característica dos anos 90, mas encharcada da crueza punk e de referências setentistas”, define.Monochrome foi gravado e finalizado no Estúdio Aurora, pelas mãos e ouvidos de Aecio de Souza e Billy Comodoro. O álbum é um belo registro neste ano de 2015 e se destina a quem estrala o volume das caixas mas também sabe apreciar produções cuidadosas.Com a bênção da coruja Mocho-diabo, espécie típica que habita o cerrado brasileiro, eles seguem rumo como Mocho Diablo, uma alteração sutil, sonora e marcante de um nome que também não pretende passar despercebido.
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