2021
Em 1976, ao publicar seu Poema Sujo, Ferreira Gullar (1930-2016) dava início, sem saber, a um movimento que, embora não resultasse usual, ajudou no processo de naturalização da música erudita dentro do cenário popular ao propor letra então extraoficial para Tocata, tema da sinfonia Bachianas Brasileiras nº 2, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959). Surgiu então O Trenzinho do Caipira, letra para a obra do compositor erudito que ganharia o cenário da música popular brasileira dois anos depois, quando Edu Lobo incluiu o tema no repertório de seu álbum Camaleão (1978). A partir daí, uma série de experiências ganhou o mercado fonográfico culminando em Céu de Santo Amaro, obra prima do repertório de Flávio Venturini composta a partir do tema Arioso, da sinfonia Cantata nº 156, do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750) e lançada em 2003. Ainda que o processo de fusão entre as linguagens tenha como marco zero o registro de Melodia Sentimental (poema de Dora Castellar sobre tema de Villa-Lobos) na voz tamanha da divina Elizeth Cardoso (1920-1990) em 1967, foram as experiências de Venturini e Gullar que levaram o cantor e compositor paulistano Marcelo Quintanilha a mergulhar no universo da música erudita para emergir em EruDito, álbum lançado em meados de março onde o artista exercita a composição ao letrar 11 temas de compositores ligados ao universo da música clássica… Leia mais no Observatório de Música
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