Marcelo Jeneci – De Graça

Eu prefiro acreditar que não houve um espectador de Celebridade (2003) que torceu mais pela personagem rica interpretada pela Malu Mader que as presepadas de Laura Cachorrona e seu comparsa, o Michê. Aliás, se esse espectador existir, boa pessoa não é. Enquanto Malu Mader sofria para diferenciar sua personagem rica das outras personagens ricas que já interpretou, Cláudia Abreu esbanjava classe em seus boás e gargantilhas. Também desbancando a protagonista, a outra Laura, a Lavieri, fez de De Graça (2013) um disco só para ela. Se em Feito Pra Acabar (2010) a Laura Lavieri abocanhava ocasionalmente o solo em faixas como Longe, agora ela não só foi creditada em dez das treze faixas do álbum, como fez de Tudo Bem, Tanto Faz o seu grande momento, tão emocionante quanto morrer aos braços de seu amor após revelar que matou o Lineu. Talvez De Graça venha como uma continuação de Feito Pra Acabar, no qual Marcelo Jeneci continua a expressar seu romantismo com um apelo visual, com a construção de imagens bucólicas – se em Alento temos “Olhe o mundo girando no chão / Olhe a pipa no céu, avião / Olha a sombra da árvore / Se oferecendo pra dar um alento”, poderia ser, com a mesma conotação, os coqueiros de Jardim do Éden ou o navio a navegar de Pra Sonhar… Continue Lendo