Jam da Silva – Dia Santo
Lançamento
2008
2014
A vida na dança: o corpo é o lugar e a vastidão que o circunda, um convite ao deslocamento. Em movimentos ritmados, o ser e o espaço são uma coisa só. Dissolvidos os limites físicos e territoriais, os sentidos vagueiam em um lugar imaginário. Instável, a paisagem oscila entre geleiras e o deserto. A água, em seu movimento ininterrupto sem fim ou destino, vai da lágrima ao cristal num lapso do olhar. O sol da meia-noite é o mesmo que brilha ao meio-dia. Na vertigem do branco que rebate 24 horas a cada instante, Jam da Silva se reconhece como aquele que vai sabendo que um dia irá voltar. Parte com uma sonoridade pressentida, atento às diferentes vibrações. Entre o silêncio e o grito, o espectro acústico é uma imensidão. Todos os sons o convidam a dançar. E ele dança. NORD é uma provocação ao destino, exílio voluntário em busca de uma aproximação geográfica e sensorial entre dois ambientes díspares e por essa mesma razão complementares. NORD é nordeste, quente, seco, áspero, solar, agreste; NORD é nórdico, frio, caudaloso, brando, sombrio, gelado. Uma região encravada na saudade do que já não é reconhecível e do que ainda é desconhecido. O segundo disco de Jam – assim como o primeiro, “Dia Santo” – é um acontecimento raro no atual panorama da música brasileira. Percussionista por formação, Jam não presta reverência à canção, mesmo sendo um exímio melodista e consequentemente um hitmaker em potencial, como se pode notar em “Haru” e em “Preto Mulato Branco”. É o ritmo que determina os andamentos, sugere as melodias, inspira as letras. A composição é um processo que brota de uma célula rítmica e só se completa quando todos os elementos sonoros que compõem o arranjo estiverem combinados. Jam parte de um impulso de abertura e expansão. Para ele, qualquer som pode ser instrumento. Desde os movimentos externos da natureza que o instigam à interioridade da voz, reafirmando uma disposição para a reinvenção; para reinventar-se…
Fonte: hominiscanidae.org

2008
Jam da Silva, nasceu em 1976 em Recife, Nordeste do Brasil. O nome da cidade remete imediatamente à explosão sonora do Mangue Beat nos anos 90, mas a música sempre esteve ali: Orquestras de frevo, maracatus, cocos de roda, cirandeiros e caboclinhos passaram pelas pedras pisadas da Rua da Moeda, no Centro histórico da cidade, nos últimos séculos.
Jam começou a tocar aos 11 anos, bateria primeiro, depois percussão. Hoje seu som é um mix dos dois. Frequentou a Universidade de Música entre 1998 e 2002, mas o que sabe, mesmo, aprendeu na rua.
O trabalho de Jam é uma mistura de artesanato com invenção. Parte de suas criações vêm da rua, literalmente: sempre com um HD e um lap top, grava sons dos lugares por onde anda e incorpora essa biblioteca sonora em suas músicas. Ruídos, ambientações urbanas, orações em mesquitas, carros, por onde ele passa recolhe sons. Às vezes cria música a partir de coisas que aparentemente, não têm nada a ver com ela, como conversas em ônibus ou imagens veiculadas pelas mais variadas mídias.
Jam estuda texturas e o tempo inteiro busca novos timbres para pandeiros, cuícas, berimbau e até mesmo para sua bateria, que funciona em harmonia com os espaços percussivos. Por exemplo: usa pedais antigos, analógicos, para processar os sons. Liga a saída do microfone no pedal da cuíca, para transformar seu som em um canto longo e duradouro. O berimbau pode ser processado com o pedal de distorção de guitarra e ficar parecendo uma guitarra distorcida. Tudo isso sugere uma percussão eletrônica que, na verdade, é completamente orgânica.
Na hora de tocar, Jam cria camadas de percussões, inspirado na tecnica da pintura:a música vem e ele coloca ou apresenta. Depois aquilo sai de cena e vem outra coisa, em seguida e sai e vem outra. Às vezes o desenho sonoro se repete ao longo da música, outras não. A cada momento aparece um novo risco no quadro. A idéia é deixar a música a mais orgânica possível . Vale errar, acertar, ele diz, porque tudo isso dá a sensação de algo vivo
Jam já passeou suas baquetas por uma enorme variedade de estilos. Montou, com o DJ Dolores, a Orchestra Santa Massa, cujo álbum Contraditório? ganhou o prêmio de melhor disco de Word Music da BBC Awards, em 2002. Viajou em várias excursões, colaborou com artistas e músicos em discos e ao vivo.
Tocou com o Massilia Sound System , os Troublemakers,100 grammes de tetes , Camille, Sebastien Martel , os angolanos WySA e Paulo Flores, fez parte da banda F.UR.T.O., onde gravou o disco SANGUEAUDIENCIA . No cinema , participou tocando e compondo nos filmes : Os NARRADORES De Jave , O Rap do Pequeno Principe , 10 Por cento e’ Mentira e EXPRESS WAY ( blue note records ) . Mais recentemente teve suas musicas gravadas pelas cantoras Roberta Sa ( O Pedido ) , Elba Ramalho ( Gaiola da Saudade ) , Marisa Monte e Marcelo Yuka ( Desterro ) .
Por Patricia Cornils





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