2018
Ao sul da América do Sul, a Cordilheira dos Andes é uma barreira física difícil de vencer. Sua existência talvez explique as diferenças culturais entre o Chile e a Argentina, povos que, não fosse uma espinha de pedra entre eles, estariam a apenas a poucas centenas de kilômetros de distância. O espanhol pediu emprestado a palavra Cordillera do catalão “cordill”, que por sua vez foi tomada do latim “chorda”. E nessa sucessão de empréstimos (sem nenhuma devolução),ela perde o seu sentido original, que não era o de “fileira de montanhas entrelaçadas”,mas sim o de “cordas” de um instrumento. Atravessar a mesma cordilheira que separa Buenos Aires de Santiago e acudir à minha guitarra foi, ironicamente, a forma que eu encontrei de lidar com algumas das minhas separações. Cor.di.lle.ra não é um disco fácil. Pelo menos, não para mim. É um disco sobre distanciamento, produzido entre três países e quatro cidades (Buenos Aires, Santiago del Chile, São Paulo e Aracaju). São quatro canções que levaram três anos para decantar, gravadas em casa (em mais de uma casa) durante madrugadas, fins de semana de inverno e recessos de fim de ano -pequenos intervalos da minha vida profissional – em meio a mudanças de apartamentos, empregos e pessoas.
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