Devotos – O Fim Que Nunca Acaba
Lançamento
2018
Punk, rock, hardcore? É no Alto Zé do Pinho. Acrescente-se mais um ritmo: o reggae. Nessa quarta-feira, 27 de abril, a Devotos lançou, nas plataformas de música digital, o álbum Punk Reggae, o nono título de uma discografia iniciada há 25 anos, oito anos depois da criação da banda, até hoje com os mesmos integrantes, Cannibal, Neilton Carvalho, e Cello Brown. A quem estranhar a Devotos trocar o hardcore, que a popularizou nas quebradas da capital pernambucana, e brasileira, pelo malemolente ritmo jamaicano, vale lembrar que desde os primórdios o grupo acena para o reggae. Com exceção do álbum de estreia, Agora Tá Valendo (1997), os demais têm um ou dois reggaes. Cannibal tocou nos anos 90 com a Nanica Papaya, banda de reggae do Alto Zé do Pinho. Em 2008, em entrevista a Hugo Montarroyos (autor da biografia Devotos 20 anos), Cannibal revelou que fizera um álbum de dub, com participações de Fred Zeroquatro (Mundo Livre S/A) e Zé Brown (Faces do Subúrbio), foi o embrião do Café Preto, projeto paralelo de reggae que mantém até hoje. Punk e reggae comungam entre si o engajamento, o ativismo, características da Devotos, que vai além de ser uma banda musical: é praticamente uma ONG, com ações como a distribuição de cestas básicas, durante a fase mais pesada da pandemia (numa parceria com ONG Fase), num projeto chamado SAS – Social Artista Solidário. O trio criou em 2016 o projeto Jardim Sonante, realizado com bandas convidadas, apresentado a cada último domingo do mês, com 1 kg de alimento não perecível como entrada. O projeto era ao vivo, com a pandemia tornou-se uma live que durou uma semana, e arrecadou 1,5 tonelada de alimentos. As ações da Devotos incluem ainda rádio e bibliotecas comunitárias… Continue Lendo no Teles Toques
Fonte: hominiscanidae.org

2018

1997

2013

2012
Devotos – Um olhar Hardcore à vida do Recife
A banda Devotos foi formada em 1988 pelo por Cannibal (baixo e voz), o Neilton (guitarra) e o Celo Brown (batereia) sob o nome “Devotos do Ódio” que foi tirado do título de um livro de José Louzeiro (1987) (Teles 2000:244). Louzeiro é o novelista, jornalista e roteirista cujo livro ?Infância dos Mortos? sobre a vida de uma criança que morava na rua, foi levada ao cinema em 1981 no filme aclamado pela crítica “Pixote” de Hector Babenco. O grupo teve e ainda tem sua base no bairro de baixa renda que também tem abundantes problemas sociais e onde muitas pessoas trabalham para melhorar suas condições que se encontra nos morros de Recife, chamado Alto José do Pinho. No ano 2000 o grupo mudou seu nome para “Devotos”.
Quando a MTV começou a se captada no Recife, o sinal podia ser recebido claramente no Alto José de Pinho, os futuros membros dos Devotos já escutavam punk rock e bandas como The Smiths e The Cure junto com o punk rock de São Paulo. Conheciam os gêneros tradicionais que bandas como Chico Science e Nação Zumbi logo incorporariam aos seus sons, mas estavam interessados em tocar um estilo hardcore,rock. (Teles 2000:248).
Os membros de Devotos abraçaram a ética do “faça você mesmo” do punk rock. O guitarrista Neilton explicou-me em 2001 como fabricou ele mesmo seu primeiro amplificador e guitarra o que incluiu o braço e do corpo da guitarra, e como tocou por um longo tempo sem que ninguém percebesse que não tinha sido comprada numa loja de música.
A creatividade de Neilton estende-se à arte da capa dos CD´S da banda e ao desenho do seu web site. A banda fabrica os cases para seus instrumentos e os gabinetes dos seus amplificadores, e compram somente o que não podem fazer eles mesmos. Isso, de todos modos, não se faz com um sentido de carência. Pelo contrario, Neilton diz ?…Eu não sinto angustia por isso. Me dá prazer e orgulho tê-lo feito e ter minha arte à vista, ver meu trabalho concretizado, a idéia realizada. Neilton foi capaz de comprar guitarras Fender e Gibson Les Paul e amplificadores Marshall uma vez que a banda se tornou conhecida mas ele ainda sentia a necessidade de brincar com as percepções das pessoas sobre as marcas. E comprou uma guitarra elétrica barata e removeu tudo incluindo os trastes reformá-la para o seu próprio estilo chamando-a com o nome de “Robson” e começou a usá-la nos seus shows. Logo as pessoas estavam admirando seu som e perguntando onde podiam comprar uma.
Entre os obstáculos que a banda enfrentou nos seus primeiros anos se encontravam a polícia, a repressão e a não aprovação dos moradores do seu bairro pela eleição do seu estilo musical. O bairro Alto José do Pinho era o lar de “caboclinhos” e “grupos de maracatu” que eram importantes no carnaval. A imagem mediática das bandas de rock remetia à juventude de classe media. Quando os Devotos começaram a ter cobertura da imprensa isto se deveu em parte à desconexa percepção de ver um
grupo de jovens de classe baixa fazendo hardcore-punkrock (Teles 2000:251).
Com o tempo a relação da banda com a comunidade melhorou, já que demonstrou seu compromisso com a mesma atraindo abundante atenção da imprensa para muitas outras bandas de ali e ao impulsionar a fundação de uma Organização Não Governamental (ONG) chamada Alto Falante (um jogo de palavras, sendo “Alto” seu bairro no Recife), a que realiza projetos culturais e sociais.
A banda tem realizado seis CD´s: “Agora tá Valendo” (BMG 1997), “Devotos” (Rockit!, 2000), “Hora da Batalha” (Independente, 2003), “Sobras da Batalha” (Independente, 2004- unicamente para downlod), “Flores Com Espinhos Para o Rei” (Independente, 2006) e “Devotos 20 anos” (Independente, 2009 – comemorativo dos 20 anos da banda).
Para voltar ao tema da identidade nacional brasileira que se encontra em canções como “Aquarela do Brasil” de Ari Barroso, há que escutar “Meu País” de Devotos como um exemplo do seu trabalho como banda. É muito menos intensa que muitas outras canções da banda nas quais usam um estilo de alta intensidade hardcore ainda que continuem sendo muito melódicas, “Alien” de “Devotos” (Rockit!, 2000) é um bom exemplo disso.
Discografia
* Agora tá Valendo (1997)
* Devotos (2000)
* Hora da Batalha (2003)
* Sobras da Batalha EP (2004)
* Flores com Espinhos Para o Rei (2006)
* Devotos 20 anos – ao vivo (2009)





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1975

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