Mais que um convite ou apelo, o single “Vem Vem Vem” é um doce rapto para o universo de Cris Caffarelli. Um rico mundo de tintas pop em franca expansão, que revela uma cantora e compositora com dicção e luz próprias, sensibilidade, timbre charmoso e, claro, belas melodias. Estabelecida como instrumentista a partir de trabalhos com Marina Lima, Dado Villa-Lobos, Toni Platão e Banda Panamericana, Cris se mostra uma cantautora de personalidade em “Lares”, rica coleção de canções pop/folk e outras levadas que tem tudo para ser a fundação de uma longa carreira. A música está no sangue desde cedo, como vocação irresistível. Começou no piano clássico aos seis anos e logo no início da adolescência foi atraída pelo rock de Beatles e Mutantes, por — ótima — influência do irmão mais velho, Eduardo. Depois virou caminho acadêmico, com a graduação pela Unirio, e desde os 20 anos é honrado ganha-pão, com um belo chão como professora de piano, violão e iniciação ao canto. O senso crítico muito apurado e certa timidez fizeram com que o passo para a frente dos palcos demorasse um pouco mais para chegar. Mas provavelmente ajudaram na maturação da obra com que Cris se lança agora, num misto do que ela mesma define, brincando, como “prazer e pânico”. “Lares” tem a ver com criações muito pessoais e caseiras, claro, mas também com a expressão romana referente aos espíritos que podiam atuar na proteção (ou na ruína) de uma família. O álbum foi construído, conforme explica Cris Caffarelli, a partir dessa tensão, do conflito entre forças opostas, interior e exterior, luz e sombra, medo e coragem — e, “sobretudo, afeto”. “Lares” é produto de relações com amigos talentosos. Lucas Vasconcellos (ex-Letuce e Binário), que conheceu como parceiro em jornadas com Dado Villa-Lobos, divide com ela todos os arranjos e contribui com guitarras e outros instrumentos…
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