2018
A herança cultural do continente africano, feminismo negro e religiosidade. Esses são alguns dos elementos conceituais e estéticos que servem de sustento ao minucioso Anastácia (2018, Independente), primeiro álbum de estúdio da cantora e compositora carioca Clara Anastácia. Uma obra que costura passado e presente dentro de um mesmo universo criativo, fazendo da ancestralidade dos povos escravos a base para um registro de essência futurista, transformador.Inaugurado pela psicodelia tribal de Peixe, composição que se espalha em um intervalo de mais de sete minutos de duração, Anastácia sintetiza na riqueza e subjetividade dos versos a passagem para um universo mágico. “Sou mulher, posso ser peixe / Minha mãe que me disse assim / Cuidado quando a noite boceja / O rio finge que vai dormir“, canta em meio a guitarras carregadas de efeito, batidas e ruídos, indicativo do som vasto que orienta a experiência do ouvinte durante toda a execução da obra… VIA
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