
2015
“Are you somewhere in this crowd, in my mind is where Iâll find you” Talvez nĂŁo haja frase que sintetize melhor o trabalho de estreia do duo Bardo, formado por AndrĂ© Passos (voz, piano e violĂŁo) e Juliana Maria Duarte (idem). SĂŁo mĂșsicas de cunho intimista e confessional que se conectam de imediato com o ouvinte. Elas sugerem , seja na mĂșsica hipnĂłtica, seja nas letras, uma sensação de tempo relativa, onde tudo acontece quando se tem calma de viver o que se propĂ”e e, no caso, a companhia de quem se gosta. Ou atĂ© mesmo um estado de espĂrito paralelo ao real. Quem ouve tambĂ©m contribui com o sentido, jĂĄ que as letras, sugestionĂĄveis, sĂŁo campos abertos para uma interpretação pessoal. VocĂȘ escolhe. Breno trata do desejo de achar um lugar de paz para os dois. A expectativa de que um dia esse lugar e esse tempo surjam naturalmente, sem esforço, como sĂŁo as boas coisas da vida. Um papo ao pĂ© do ouvido, movido a cafĂ©, promessas e sonhos. Onde tudo pode, atĂ© acordar cedo ou tarde. Porque o tempo estĂĄ estĂĄtico. Ă o tempo do amor. Em Impatience Blues, a escolha das vozes em duo foi certeira. A narrativa Ă© direta. Aqui, o amor nĂŁo Ă© uma decisĂŁo fĂĄcil, tampouco tem volta. Ele marca, mesmo quando termina. “See throught the end of the road, Iâll be around the corner”. Eu estarei por alĂ, mesmo que no caos absoluto. Mesmo que no real. Mesmo que na memĂłria. As vozes fluem em entradas livres, em harmonias que remetem o gĂȘnero, o que fortalece esse carĂĄter fantĂĄstico x real”. Um “blues folk” com muita liberdade estilĂstica. Em Moody, um folk leve, minimal, com contra-cantos muito bem colocados, numa atmosfera leve e intimista. Aqui, de novo, a pressa nĂŁo tem hora. Nem pressa. Ă o tempo de quem se permite viver seu prĂłprio tempo orgĂąnico. E o tempo do outro, misturado. Em “Haunted” , hĂĄ uma sensação de intimidade ao pĂ© do ouvido. Uma canção minimal, com pegada lĂrica existencialista. A vida sĂł faz sentido com vocĂȘ, mas vocĂȘ, talvez, sĂł exista no meu sonho. Existir na Ă©gide da fantasia pode ser melhor. Eu posso ir para qualquer lugar, qualquer tempo. Mas serĂĄ que Ă© sonho mesmo? Os arranjos de cordas e os timbres escolhidos pontuam bem a sensação dramĂĄtica da mĂșsica. A voz lĂmpida e impecĂĄvel de Juliana Maria Duarte corrobora com a sensação de “assombro”, de real e imaginĂĄrio que se chocam, ou se complementam. Que tal sentar, pedir um cafĂ© e sĂł ouvir Bardo, sem fazer nada mais. E que tal, assim, parar o tempo?         Â
Fonte: hominiscanidae.org





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