2023
Parecia que viria tudo de uma cidade incomum como Niterói (também viemos de lá, aliás). Inclusive uma banda como o Drápula, que soa como um estranho (e feliz) encontro entre o pop radiofônico dos anos 1990, o rock dos anos 1980, programações variadas de bateria, e certo senso de estranheza ligado aos anos 1970. O som da juventude do futuro soa como um projeto análogo ao de Televisão, segundo disco dos Titãs (1985), que propunha um passeio por vários canais de TV – no caso, os vários estilos do disco remetem “a um possível programa de rádio AM perdido por décadas”, como afirmam. O disco é curto (são nove faixas em menos de meia hora), abrindo com uma canção-título repleta de ritmos, climas e variações melódicas – tudo colado por riffs de sintetizador, num clima zoeiro que lembra bandas como The Tubes. Tem ainda funk e trap em Tira a roupa, bubblegum em Popozão (com versos em homenagem ao finado programa A grande família), power pop e lembranças do rock brasileiro dos anos 1980 em Maracanã e Azul piscina, e até tecnobrega em Rita. Uma variedade que funciona a favor da banda e do disco, contando uma história que hoje parece nostálgica: a de como as pessoas aproveitavam seu tempo antes da pandemia, e antes dos traumas e sustos provocados pelo isolamento e pelas mortes. Seguindo depois com a viagem musical do funk arábico Sepá, o pós-punk Delírio cósmico e o final acústico com Tô bem cansado, na real… Continue Lendo no Pop Fantasna
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