2017
Unindo rock e poesia marginal, as Cadelas Magnéticas mostram, pela primeira vez, o caldeirão de palavras tortas e ritmos esquisitos no seu primeiro EP, “Encruzilhada”. A história das Cadelas começa em 2016. Naquele ano, integrantes do Herói do Mal, Carmem Fem, Pelos, Carolina Diz e Desejo Terrível, todas representantes do atual cenário alternativo da capital mineira, se reuniram em torno de um projeto comum: musicar textos do poeta César Gilcevi, que estava lançando o livro “Os Ratos Roeram o Azul”. De tão surpreendente, o projeto acabou se transformando numa banda fixa, formada por Gilcevi (vocais), Mauro Novais (bateria), Vinícius França (baixo), Fábio Correa (guitarra, sintetizador), Kim Gomes (guitarras), Francesco Napoli (guitarras). O nome, diga-se de passagem, foi inspirado em duas personagens do conto “Johnny Mnemonic”, do escritor de ficção científica William Gibson. Nele, Cadelas Magnéticas são duas transexuais que tomam conta de uma boca de fumo num universo distópico e cruel. Não por acaso, uma pitada dessa utopia às avessas se reflete na sonoridade noise das guitarras de Kim Gomes e Fábio Corrêa, nos versos ácidos de Gilcevi, na cozinha pesada e pós-punk de Mauro Novaes e Vinícius França. As letras revisitam personagens e imagens confessionais, sob o pano de fundo de uma Belo Horizonte às margens e na penumbra. Gilcevi conta que o título do álbum carrega um vínculo com o próprio contexto brasileiro. “Ele tem relação com essa encruzilhada social e política que o país está vivendo, o retorno de fundamentalismos, além da ligação com a cultura ancestral brasileira” “Cria da palafita de asfalto / Beira BR, beirada de linha / Fui erê pulando muro da usina”, canta Gilcevi em “Canto para Oxóssi e Oxum”, para depois completar, em “Sangue Ruim”, citando “O bandido da luz verlmelha”, de Rogério Sganzerla: “O terceiro mundo vai explodir, quem tiver de sapato não vai sobrar”. As Cadelas Magnéticas estão dando o recado…
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